O Deputado do PSD José Silva Peneda afirmou hoje, no Parlamento Europeu, que "a criação de mais emprego na Europa vai depender muito do que vier a acontecer nas regiões. Os que não querem entender que o futuro da Europa se vai jogar nas regiões e nas pequenas e médias empresas, são precisamente os mesmos que defendem a redução de meios para as políticas de coesão.
Estou a referir-me também, acrescentou Silva Peneda, aos subscritores da célebre carta onde se fala dum máximo de 1% do PNB, como contribuição dos Estados Membros para as perspectivas financeiras 2007/2013. Que ninguém tenha dúvidas. A ir por aí não haverá, na Europa, nem mais crescimento económico, nem mais emprego ".
No debate em Plenário das orientações para as políticas de emprego, Silva Peneda salientou que "não se criam empregos sem empresas. E estas não surgem sem a existência de agentes empreendedores, que sejam portadores de espírito de iniciativa e de gosto pela assumpção de riscos. Ora, a existência de capacidade de iniciativa depende de vários factores.
Desde logo, da estabilidade macroeconómica, do aumento da empregabilidade, da existência de boas práticas de governação e, sobretudo, do fomento de uma cultura empreendedora generalizada, o que pressupõe confiança nas políticas e nas instituições ".
Para o Deputado social democrata, "a confiança não se decreta. No tempo da sociedade do conhecimento só podem adquirir níveis elevados de confiança, os que participam nas grandes redes de decisão. Os grandes grupos e empresas certamente que o farão. Mas as pequenas e médias empresas, que são 99% do total das empresas europeias e que empregam 2/3 dos trabalhadores europeus, estão em clara desvantagem e só poderão fazê-lo se forem capazes de adquirir escala.
Isso vai depender da forma como forem estimuladas para se juntarem às universidades e aos centros de competência, numa lógica de cooperação activa ".
Silva Peneda sublinhou que "são as regiões que ao afirmarem-se como centros de concepção de políticas, que podem desempenhar um importantíssimo papel: precisamente, o fomento deste tipo de cooperação e, através desta, a generalização da confiança, que é o ingrediente mais decisivo para o aumento do investimento e da criação de emprego".