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Dossier Euro
10. O Banco Central Europeu e outras Instituições
55. O que são o Conselho de Ministros e o Conselho Europeu e que papel desempenham na UEM?
O
Conselho da União Europeia, também designado por "Conselho
de Ministros", é constituído por um representante,
a nível de ministro, por cada Estado-Membro. A sua
constituição depende do tema a tratar. No caso da
União Económica e Monetária (UEM) os representantes
são os ministros da Economia e das Finanças (ECOFIN),
que assumem a responsabilidade pela coordenação das
políticas económicas dos Estados-Membros, pelo cumprimento
do Pacto de Estabilidade e Crescimento e pela orientação
da política cambial. Cabe ao Conselho adoptar, com
base em propostas elaboradas pela Comissão, toda a
legislação necessária para o funcionamento da UEM,
nomeadamente a que se refere ao estatuto jurídico
do euro e às taxas de conversão irrevogáveis entre
o euro e as moedas participantes. O Conselho Europeu
é sempre constituído pelos Chefes de Estado ou de
Governo dos Estados-Membros e pelo Presidente da Comissão.
Incumbe-lhe assegurar os estímulos políticos para
o desenvolvimento da UEM, incluindo a formulação de
orientações para as políticas económicas dos Estados-Membros
e da Comunidade.
56. O que é o Banco Central Europeu (BCE) ?
O
BCE é a mais recente instituição da União Europeia
e o pilar essencial da União Económica e Monetária.
Foi instituído formalmente em 1 de Junho de 1998.
57. O que é o Sistema Europeu de Bancos Centrais (SEBC) ?
O
SEBC é composto pelo Banco Central Europeu (BCE) e
pelos bancos centrais nacionais (BCN) da União Europeia.
Os BCN dos Estados-Membros não participantes na zona
do euro têm um estatuto especial que lhes permite
conduzir as respectivas políticas monetárias nacionais,
sem participar nas decisões e na execução da política
monetária na zona do euro. Os estatutos do SEBC determinam
que o seu principal objectivo é a estabilidade dos
preços. As missões essenciais do SEBC consistem em
definir e executar a política monetária na zona do
euro, dirigir operações de divisas e deter e gerir
as reservas oficiais dos Estados-Membros. É ainda
responsável pelo bom funcionamento dos sistemas de
pagamento e por contribuir para a actividades das
autoridades nacionais competentes em matéria de supervisão
prudencial das instituições de crédito e de estabilidade
do sistema financeiro.
58. Qual o grau de autonomia do Banco Central Europeu ?
O
Banco Central Europeu (BCE) e os bancos centrais nacionais
serão totalmente independentes das instituições políticas
e privadas dos Estados-Membros e da União Europeia.
Este princípio está consagrado no Tratado de Maastricht
e confirmado por outras disposições jurídicas e regulamentares.
A independência dos membros dos órgãos de decisão
do BCE (Conselho de Governadores e Comissão Executiva)
está assegurada pelo Tratado, que, entre outra disposições,
contém a limitação dos cargos dos membros da Comissão
Executiva a um mandato, não renovável, de oito anos.
Além disso, todos os membros nomeados são escolhidos
de entre pessoas de reconhecida competência e experiência
profissional em assuntos monetários e bancários.
59. O Banco Central Europeu irá prestar contas no plano da responsabilidade política?
Sim.
O Banco Central Europeu (BCE) apresenta regularmente
relatórios sobre as suas actividades ao Conselho Europeu
e ao Parlamento Europeu. O Parlamento pode também
pedir aos membros da Comissão Executiva do BCE - composto
pelo Presidente, Vice-Presidente e quatro outros membros
- explicações sobre a política monetária do BCE. O
Parlamento Europeu também participa na nomeação dos
membros com uma parecer positivo. Sem o voto favorável
do Parlamento Europeu, o conselho não pode
nomear o Presidente, o Vice-Presidente e os restantes
4 membros da Comissão Executiva.
60. O euro no resto do mundo
O euro, para além de ser a moeda da zona euro, tem um grande peso a nível internacional. Desde a sua introdução em 1999, tornou-se numa das moedas mais importantes nas transacções internacionais.
A dimensão, a estabilidade e a solidez da economia da zona euro tornam cada vez mais atractivo o euro, inclusive fora das suas fronteiras. Os sectores público e privado de países terceiros adquirem e utilizam o euro com diversos fins, em especial para transacções comerciais e como moeda de reserva. A ampla utilização do euro no sistema financeiro e monetário internacional demonstra a sua importante presença à escala mundial:
- O euro é cada vez mais usado em todo o mundo nas emissões de dívida pública e de dívida das empresas. No final de 2006, o euro representava aproximadamente um terço do volume internacional de dívida, enquanto o dólar representava 44%.
- Os bancos com projecção mundial concedem um grande volume de empréstimos denominados em euros em todo o mundo.
- O euro é a segunda moeda mais negociada nos mercados de divisas, sendo utilizado em aproximadamente 40% das transacções diárias.
- O euro é usado extensivamente em facturações e pagamentos no âmbito do comércio internacional, não só entre a zona euro e países terceiros, como também, se bem que em menor medida, entre países terceiros.
- O euro é largamente utilizado, juntamente com o dólar americano, como importante moeda de reserva para poder enfrentar eventuais emergências monetárias. No final de 2006, mais de um quarto das reservas de divisas a nível mundial eram mantidas em euros, face aos 18% registados em 1999. Os países em desenvolvimento encontram se entre os países que mais aumentaram as suas reservas em euros, passando de 18% em 1999 para cerca de 30% em 2006.
- Vários países gerem as suas moedas indexando-as ao euro, que funciona como moeda de referência.
A situação do euro como moeda de projecção mundial, juntamente com a dimensão e o peso económico da zona euro, estão a levar cada vez mais as organizações económicas internacionais, tal como o FMI e o G8, a considerar a economia da zona euro como uma entidade. Isso permite à União Europeia exercer uma maior influência a nível mundial.
Alguns países terceiros e regiões estão mais estreitamente vinculados ao euro. A estabilidade do sistema monetário do euro torna-o uma moeda de referência, especialmente para os países e regiões que têm acordos institucionais especiais com a União Europeia, nomeadamente acordos comerciais preferenciais. Ao indexar a moeda ao euro, estes países transmitem mais segurança e estabilidade às suas economias nacionais.
O euro é também utilizado em países terceiros e regiões vizinhas da zona euro, como, por exemplo, o Sudeste da Europa. Outros países (Mónaco, São Marinho e Vaticano) utilizam no como moeda oficial em virtude de acordos monetários específicos celebrados com a União Europeia que lhes permitem emitir as suas próprias moedas em euros dentro de determinados limites quantitativos.