Nesta carta, Pacheco Pereira recorda que, "desde Maio do ano 2000 que se encontram sequestrados no interior de Cabinda, na República Popular de Angola, os Senhores Sérgio Alves Fidalgo, Manuel da Mota Nunes e Marco da Costa Santos, trabalhadores numa empresa local, feitos prisioneiros pela Frente Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), grupo de guerrilha que luta pela independência do enclave de Cabinda.
A situação dos portugueses é muito má, encontram-se doentes e detidos em condições de grande privação e, apenas há uma semana, se obteve a confirmação de que estavam vivos. A FLEC colocou um conjunto de reivindicações de carácter político ao governo português para a sua libertação, que inclui uma declaração política sobre a independência do território, que, como é óbvio, este não pode aceitar à luz do direito internacional".
Pacheco Pereira, considerando ser esta "uma matéria de direitos humanos que pela sua delicadeza exige uma atenção da opinião pública internacional, que pressione os captores dos portugueses, e os leve a libertá-los sem demora", solicita ao Presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros que inclua esta questão na agenda da Comissão, "de forma a que o Parlamento Europeu possa estudar o que pode fazer para contribuir para a sua libertação".