Os Deputados do PSD no Parlamento Europeu Regina Bastos e Arlindo Cunha, em pergunta escrita, hoje enviada à Comissão Europeia, querem saber "quais os montantes e datas de atribuição dos fundos comunitários concedidos à empresa Clark-Fábrica de Calçado,Lda., de Castelo de Paiva", bem como "quais as condições impostas à empresa no âmbito da atribuição dos referidos fundos comunitários".
Os Deputados social democratas perguntam também "como vai reagir a Comissão para impedir o encerramento da referida fábrica e assegurar a manutenção da laboração em Castelo de Paiva e consequentemente garantir os postos de trabalho, no caso de a empresa estar a violar as obrigações decorrentes da concessão de incentivos comunitários".
Regina Bastos e Arlindo Cunha querem ainda saber "que medidas pretende a Comissão adoptar para prevenir, e em última instância sancionar, situações similares e recorrentes de empresas que se instalam no território da União Europeia beneficiando de fundos comunitários e que, após exaurirem as vantagens e benefícios decorrentes, designadamente humanos, deslocalizam a sua actividade".
No texto que endereçaram à Comissão Europeia os Deputados referem que a multinacional C&J Clark anunciou, no passado dia 10 de Janeiro, "o encerramento da sua fábrica em Castelo de Paiva, que emprega 588 trabalhadores, deixando-os no desemprego e que a decisão do encerramento é justificada pela própria empresa devido à importação de gáspeas da Índia e da Roménia, com o objectivo de manter uma estrutura de preços competitiva".
Regina Bastos e Arlindo Cunha referem ainda que "a Clark se instalou em Castelo de Paiva em 1988 e recebeu apoios quer nacionais, quer comunitários, tendo em Maio de 2000 celebrado um protocolo com a Câmara Municipal comprometendo-se a manter a sua laboração pelo menos até 2007, em troca de avultados investimentos públicos municipais".
Salientando que "Castelo de Paiva é um concelho do interior de Portugal, caracterizado por uma grande fragilidade económica, pelo que o encerramento desta empresa acarretará devastadoras consequências económicas e sociais", os Deputados social democratas afirmam "que esta decisão de encerramento, motivada por razões egoístas, vem ao arrepio da responsabilidade social das empresas".