O Eurodeputado do PSD José Manuel Fernandes pretende ver reforçadas as verbas destinadas a programas de apoio à juventude e à promoção do emprego dos jovens. Disso mesmo deu hoje conta, em Braga, num encontro com a direcção da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), onde deixou o desafio para a apresentação de propostas que possam ajudar a União Europeia e os estados-membros a atingir os objectivos arrojados da estratégia UE 2020.
Face à escalada do desemprego, com particular incidência entre os jovens – cujos números evidenciam que a situação tende a agravar-se em Portugal –, José Manuel Fernandes sublinha que cabe também aos jovens assumir um papel activo para provocar medidas e acções políticas, nomeadamente ao nível da valorização da formação e da dinamização do mercado de trabalho.
Segundo o Eurostat, o desemprego entre os jovens com menos de 25 anos cifrou-se, no ano de 2010, nos 20,7% na União Europeia, enquanto em Portugal atingiu os 22,3%.
Os últimos números do Instituto Nacional de Estatística revelam também problemas agravados para os jovens no mercado de trabalho, já que quase metade dos 619 mil desempregados em Portugal são jovens até aos 34 anos. A percentagem de pessoas sem emprego neste escalão etário subiu no final de 2010 para 46,4%, atingindo quase 290 mil pessoas.
“São dados extremamente preocupantes e que vão em sentido contrário aos objectivos traçados no âmbito da Estratégia UE 2020, com os quais Portugal e todos os outros estados-membros se comprometeram”, sublinhou José Manuel Fernandes.
O eurodeputado revelou que esta semana, na comissão do PE que está a trabalhar nas novas perspectivas financeiras da UE, chamou a atenção do Comissário Europeu para o emprego, assuntos sociais e inclusão, o checo Lászlo Andor, para a necessidade de reforçar as atenções para a juventude, designadamente ao nível do Fundo Social Europeu (FSE).
“São praticamente nulas ou muito reduzidas as referências as verbas destinadas às políticas de juventude no Fundo Social Europeu, que deveria dar sustentação a uma intervenção prioritária para a juventude no âmbito dos objectivos a atingir até 2020”, defendeu José Manuel Fernandes.
Entre os objectivos da Estratégia UE 2020, 75% da população com 20 a 64 anos deve estar empregada, a taxa de abandono escolar deve ser inferior a 10% e 40% das novas gerações devem dispor de diploma de ensino superior.
“O problema é que Portugal tem apenas 21,1% de jovens com 30-34 anos com um diploma de ensino superior, quando a média da UE é de 32,3%. No que toca ao abandono escolar, estamos nos 31,2% e só Malta é pior que nós”, denunciou o eurodeputado socialdemocrata, fundamentando que “o FSE deve ser mais direccionado para apoio à juventude, ao contrário do que tem acontecido”.
Para corrigir a actual situação dramática dos jovens em Portugal e também na Europa, José Manuel Fernandes mostrou-se confiante que a Associação Académica da Universidade do Minho poderá dar um forte contributo através de propostas que poderão sair de iniciativas como a ‘Europa Viva’, que fez questão de enaltecer, pela capacidade de mobilizar jovens de toda a Europeia num projecto de trabalho arrojado, de grande abrangência e actualidade.
O presidente da AAUM, Luís Rodrigues, manifestou a aposta em assegurar que do ‘Europa Viva’ possa sair, no final, um documento que possa produzir resultados ao nível da definição de políticas nacionais e europeias para melhorar a qualificação dos jovens, a sua mobilidade e a empregabilidade no seio da Europa.
José Manuel Fernandes aproveitou ainda para desafiar a AAUM a um papel activo para o aproveitamento do projecto-piloto ‘O teu primeiro emprego EURES’, que resultou de proposta do Eurodeputado minhoto no PE e que está em concretização este ano, com uma dotação orçamental de 4 milhões de euros.