Para Vasco Graça Moura, que participou num debate sobre o património cinematográfico e a competitividade das actividades industriais conexas, "é por políticas e linhas de actuação concreta deste tipo, que envolvem a conservação da memória e a sua manutenção num estado de fecundo e multímodo funcionamento, que se defende a pluralidade de culturas dos países membros da União Europeia e a extraordinária riqueza espiritual e material que lhes corresponde.
É também por essa via, acrescentou o Deputado, que pode ser alcançada e estimulada aquela essencial "mais valia" europeia que deve ser característica dos projectos culturais apoiados pelas instituições da União.
A cultura europeia só pode afirmar-se perante as culturas de países terceiros por uma potenciação do seu próprio valor, que leve todos os cidadãos que com ela se sentem identificados a cada vez maiores níveis de exigência qualitativa, tanto nas suas criações, como nos seus consumos culturais".
Vasco Graça Moura sublinhou que "a Europa não tem de se defender contra produtos com qualidade cultural de outras proveniências. Se tais produtos a têm, espelham a dignidade do espírito humano e a Europa também precisa deles! Mas convém-lhe competir com eles, pelo menos em idêntico nível de qualidade.
E contra os produtos espúrios de que possa ser invadida, é também nisso que está a defesa da Europa, e não em convenções a celebrar nas instâncias do politicamente correcto, ostensivamente proclamadas para protecção da diversidade cultural, mas, na verdade, preparadas para estabelecer barreiras, em nome de interesses mais ou menos corporativos e mais ou menos paroquiais".
Vasco Graça Moura exprimiu o seu apoio à proposta de recomendação em debate, muito embora tenha manifestado algumas duvidas quanto à sua eficácia jurídica, uma vez que, disse, "mesmo dando-lhe esse nome de "recomendação", se está a apontar a uma harmonização que o Tratado exclui".