O Deputado Vasco Graça Moura defendeu, em Estrasburgo, que "o dinamismo no teatro e nas artes do espectáculo não deveria depender essencialmente das subvenções públicas.
É, com efeito, muito importante, acrescentou, o estímulo à diversificação das fontes de financiamento e o reforço das políticas de captação dos apoios mecenáticos, com a correspondente contrapartida fiscal susceptível de atrair os mecenas. Mas é também importante que as artes do espectáculo encontrem uma dimensão empresarial satisfatória".
Num debate no Plenário do Parlamento Europeu sobre o "Teatro e as artes do espectáculo numa Europa alargada", Vasco Graça Moura sublinhou que "vivemos numa economia de mercado e nem o Estado, nem a União Europeia têm de ser ama de leite ou ama seca da criação cultural.
Não há qualquer justificação para que as artes do espectáculo sejam, como regra, directamente apoiadas por um sistema de subvenção pública às produções. Será mais importante que a criação cultural corra os riscos que lhe são inerentes e que os meios públicos tornem internacionalmente possível a promoção, a circulação, a maior acessibilidade dos conteúdos através da tradução e da legendagem, a própria co-produção no espírito do Programa Cultura 2000".
Para Vasco Graça Moura, "há, no entanto, todas as razões para que o ensino artístico desde a infância e o contacto com a criação cultural em todas as áreas - e, portanto, também com as artes e os artistas do espectáculo - , judiciosamente promovidos desde a escola, contribuam decisivamente para o alargamento dos públicos, de que é de esperar que resulte um aumento da procura dos consumos culturais susceptível, pelo menos em parte, de sustentar a oferta correspondente".
Graça Moura defendeu ainda que "não faz sentido é desmultiplicar a oferta e os financiamentos à oferta, sem que se assista ao acréscimo significativo dos públicos, que continuam a não existir".