Silva Peneda defende medidas de apoio aos têxteis

O Deputado do PSD José Silva Peneda afirmou hoje, em Estrasburgo, que "a indústria têxtil da União Europeia depara-se neste momento com uma das mais graves crises de sempre, que afecta tanto os trabalhadores fabris, como as empresas deste sector, na sua grande maioria PMEs. Acresce ainda que o problema está concentrado nalgumas regiões, já de si desfavorecidas e que agora ficarão mais vulneráveis".

Num debate no Plenário do Parlamento Europeu, Silva Peneda recordou que "há uma década que a indústria têxtil confronta-se com uma reorganização completa, em ordem a obter maior competitividade, assistimos a deslocalizações massivas da produção e despedimentos colectivos dos trabalhadores, na sua esmagadora maioria mulheres com baixas qualificações" e salientou que "o balanço desta crise não deixa margens para dúvidas: no espaço de 10 anosuma perda entre 20 a 25% de unidades industriais e de postos de trabalho".

Para Silva Peneda "Oactual desmantelamento das restrições às importações de têxtil vai contribuir para agravar a situação".

Perante esta situação, Silva Peneda defendeu a adopção de uma série de medidas:

"Primeiro, agir ao fiscalizar escrupulosamente todas as importações chinesas no mercado comunitário, sem receio de activar a nível internacional as devidas cláusulas de salvaguarda, caso o sistema de vigilância confirme o impacto negativo expectável. Não pretendo apelar a qualquer espécie de proteccionismo. Isso seria ir contra os ventos da história. A Europa tem de se habituar a competir com mão-de-obra mais barata. Não pode é aceitar que a competição se faça com empresas que não pagam energia e que utilizam mão-de-obra escrava ou infantil. Se as regras do comércio mundial não forem cumpridas a actividade económica na Europa não conseguirá competir.

Segundo, agir ao acompanhar o fenómeno das deslocalizações de empresas da indústria têxtil, assim como os casos de falências fraudulentas e de empresas que receberam apoios comunitários antes de encerrarem.

Finalmente, em terceiro lugar, agir ao reforçar a competitividade da indústria europeia do têxtil, através da promoção de mais inovação e novas tecnologias, mais formação profissional contínua, mais apoio e incentivos às PMEs que constituem a maioria das empresas activas neste sector. Por outras palavras, o sector do têxtil europeu deve apostar nos pontos da cadeia de valor onde a Europa pode apresentar reais vantagens competitivas. Desde logo, no desenvolvimento das infra-estruturas de logística, na proximidade geográfica dos mercados europeus, na capacidade de dar resposta às encomendas num curto espaço de tempo, no design, no controlo da qualidade, na inovação e utilização de novos materiais, na qualidade dos produtos e nas relações comerciais com as grandes redes de distribuição ".