O Deputado do PSD José Silva Peneda afirmou hoje em Estrasburgo "temer que a União Europeia não tenha forças sequer para fazer cumprir o que foi acordado" com a China e que "esta questão dos têxteis não esteja a ser adequadamente monitorizada".
Silva Peneda afirmou ainda dispor de informação das organizações do sector que referem "que em Junho de 2005 já foram ultrapassadas, e em larga medida, as quantidades negociadas entre a União Europeia e a China para o ano de 2005".
No debate do Parlamento Europeu sobre o futuro da indústria têxtil na União, Silva Peneda sublinhou que "a importação de produtos do sector têxtil oriundos da China são o primeiro sinal claro do surgimento de um novo fenómeno, até aqui desconhecido e que representa o primeiro exemplo de um imparável processo de "invasão" da produção asiática, especialmente de proveniência Chinesa e Indiana, nos mercados europeus.
Os têxteis são apenas um primeiro sinal, acrescentou o Deputado. Todos os outros sectores de produção virão a seguir ".
Reconhecendo que "a Europa não está preparada e não tem respostas eficazes para este novo fenómeno, consequência da globalização", Silva Peneda afirma que "a Europa tem de saber competir com quem produz com salários mais baixos.
Mas nem a Europa, nem ninguém conseguirá competir com quem mantém a moeda desvalorizada de forma artificial, com quem não paga amortizações pelos investimentos realizados, com quem não paga energia, com quem não respeita as regras ambientais, com quem usa mão de obra escrava ou infantil e tudo isto com a colaboração das respectivas autoridades nacionais ".
Silva Peneda defende que "o método que a União Europeia tem seguido nas negociações dos acordos de comércio internacional tem de ser reexaminado, no sentido de vir a ser aumentada a pressão no que se refere ao reforço da responsabilidade social das empresas, do respeito rigoroso das normas e convenções do Organização Internacional do Trabalho, das convenções internacionais em matéria de ambiente e de direitos do homem, mediante a inclusão desses princípios nos acordos comerciais bilaterais e multilaterais da U.E.".