Uma política cultural europeia, acrescentou, deve contribuir para colocar dinamicamente o imenso e multímodo património cultural da Europa ao alcance dos seus cidadãos".
Graça Moura, que participou no debate do relatório do Deputado Ruffolo que "prevê uma melhor e mais funda cooperação dos Estados-membros no tocante às respectivas políticas culturais", salientou um outro mérito deste relatório:
"A política cultural da Comissão, nomeadamente na execução do programa-quadro Cultura 2000, deveria evitar uma certa margem de flutuação dos critérios de selecção das candidaturas.
A Comissão é submergida todos os anos com propostas da mais variada natureza, os recursos de que dispõe são irrisoriamente limitados, e há inúmeros agentes e operadores cujas propostas válidas acabam por ser postas de lado por força das limitações conhecidas.
A Comissão tenta actualmente encontrar metodologias que, em seu entender, respondem melhor a estes problemas. Oportunamente será examinado o follow up de Cultura 2000 e teremos ocasião de nos pronunciar".
Para Vasco Graça Moura, "o funcionamento dos instrumentos previstos no relatório do Deputado Ruffolo acabará por habilitar a Comissão Europeia com dados mais precisos sobre as políticas culturais dos Estados membros e sobre as necessidades culturais por eles sentidas.
Uma política cultural ao nível europeu deverá tomar esses elementos em consideração, para definir os seus objectivos e recortar os seus critérios de selecção das candidaturas".
Graça Moura salientou que "estamos a falar de uma política europeia da cultura e não de políticas nacionais. Estas, de resto, são também contempladas em medida importante por via dos fundos estruturais, pelo que faz sentido tomar em consideração a dupla natureza dos recursos envolvidos, mas separar metodologicamente os campos de incidência de uma política europeia da cultura, por um lado, e do conjunto das políticas nacionais, por outro".