O Deputado do PSD Arlindo Cunha afirmou hoje, em Estrasburgo, que "na sequência das recentes crises alimentares que assolaram a Europa, criou-se nos consumidores uma crise de confiança a respeito da aquacultura. Haverá, porém que referir que a produção intensiva não é necessariamente sinónimo de falta de condições de segurança alimentar.
Na verdade, acrescentou, existem hoje na União Europeia um conjunto de regras e exigências técnicas que não se vêem noutras partes do Planeta, além de um estrito controlo dessas regras.
Impõe-se, porém, continuar esse esforço de ainda maior exigência, para que o pescado da aquacultura passe a ser encarado com confiança normal".
Arlindo Cunha, que participou no debate de um relatório de iniciativa do Parlamento Europeu sobre a aquacultura, apoiou um conjunto de propostas para assegurar o futuro deste sector.
Para Arlindo Cunha, "a importância actual da aquacultura na Europa é manifesta pelos 1,8 milhões de toneladas de produção de peixe, mariscos e moluscos que representa, assim como pelos 57.000 empregos que envolve e para garantir o futuro do sector importa ter em consideração aspectos como os seguintes:
· Elaboração e gestão de programas de gestão ambiental integrada, quer nas zonas marítimas, quer em águas interiores.
· Reforço da segurança alimentar, por forma a assegurar a saúde dos stocks e a garantir a confiança dos cidadãos.
· Reforço da investigação, para encontrar novas soluções, quer em termos tecnológicos, quer ambientais, quer sanitários.
· Adequado financiamento do sector, quer para reestruturação de unidades existentes, quer para novas unidades".
Arlindo Cunha defendeu que "a evidência da difícil situação em que se encontram os stocks de muitas das mais apreciadas espécies de peixe selvagem, coloca a aquacultura como uma alternativa complementar com um inquestionável futuro à sua frente nos seus três principais ramos:
· A produção de espécies marinhas essencialmente centrada no salmão dos países do Norte da Europa (Reino Unido, Irlanda, Dinamarca e Suécia, para além da Noruega), e no robalo, dourada e pregado nos países do Sul (Grécia, Itália, França, Espanha e Portugal)
· A produção de crustáceos e moluscos marinhos, um pouco por toda a Europa e traduzida na criação de espécies como a ostra, o mexilhão as ameijoas ou os percebes.
· A produção de espécies de água doce, designadamente a truta e as carpas, também em quase todos os países da União Europeia".