O Deputado Europeu do PSD Duarte Freitas, membro efectivo da Comissão de Pescas do PE, considera que "grande parte das pescarias de peixes de profundidade desenvolveu-se sem grande informação quanto aos cuidados a ter com estas espécies em matéria de gestão".
A este respeito o CIEM (Conselho Internacional de Exploração do Mar) considera que a maior parte das espécies de profundidade estão a ser exploradas fora dos limites biológicos de segurança, facto que preocupa o Deputado do PSD: "Os estudos apresentados mostram que as medidas até hoje implementadas não foram, nem são suficientes, para manter estes recursos em níveis sustentáveis, pelo que é necessário agir atempadamente, antes que seja tarde."
Na sua Comunicação a Comissão Europeia revela que a redução da mortalidade por pesca destas espécies não é compatível ainda com a recuperação das unidades populacionais em causa e refere que são necessárias outras iniciativas para evitar o colapso destas espécies.
Duarte Freitas referiu que "A frota portuguesa beneficia neste momento de uma quota de pesca para cinco espécies de profundidade; tubarão, peixe-espada preto, imperador, goraz, olho de vidro laranja e abrótea, tendo estas pescarias um elevado interesse para o sector nacional." Nesse sentido o Eurodeputado considera que é necessário "avançar para um plano que permita a gestão sustentada destes recursos", mas considera que é "fundamental assegurar a estabilidade sócio-económica de algumas comunidades piscatórias para as quais estes recursos se revestem de extrema importância".
"No caso dos Açores as pescarias de profundidade atingem cerca de 70% do rendimento em valor do sector no arquipélago. Só a captura do goraz, em valor ultrapassa os 30%! Esta é uma questão de interesse muito particular para os Açores e portanto irá merecer a minha melhor atenção", referiu o Eurodeputado açoriano.