Relatório Cidadãos pela Europa: "A política dos cidadãos pede às instituições europeias que também elas se tornem mais políticas"

"A política dos cidadãos pede às instituições europeias que também elas se tornem mais políticas" Assunção Esteves

 

Na sessão plenária do Parlamento Europeu, a decorrer em Estrasburgo, a Deputada do PPE Assunção Esteves interveio no debate sobre o Relatório Takkula " Cidadãos pela Europa ", para o qual deu parecer na Comissão de Assuntos Constitucionais.

A Deputada portuguesa iniciou a sua intervenção com enfoque na identidade europeia: " o que define a identidade europeia é a conjugação dos valores universais da dignidade humana com as muitas tradições particulares. Esta identidade, que afinal é mais uma forma de vida, ganha um impulso no programa cidadãos pela Europa que aqui hoje se discute."

Sobre o programa, disse que ele " contribui para uma consciência ética do mundo, que é esse o sentido mais profundo da cidadania europeia". Relacionando o tema da cidadania activa com o processo político europeu, lembrou que o programa "prepara o caminho para um modelo político de cooperação entre cidadãos e instituições europeias" e que é "um passo para que os cidadãos adquiram o estatuto de participantes no processo político europeu". (...) "É por isso", disse, que "o programa tem em si a marca de uma estratégia essencial. A Europa tem este destino de se tornar política, de deixar de ser mercado para ser um espaço público de deliberação".

Durante a intervenção, a Deputada portuguesa, que já presidiu à Comissão de Assuntos Constitucionais da Assembleia da República, sublinhou que " a mobilização para uma cidadania europeia constitui, ao mesmo tempo, um grande desafio às instituições. A política dos cidadãos pede às instituições europeias que também elas se tornem mais políticas. A questão da cidadania europeia é, verdadeiramente, a questão do modo como as instituições promovem o interesse do público na política europeia".

A Deputada do PSD adiantou perante o plenário que " é evidente a necessidade de uma reforma institucional na Europa e de novas regras de jogo capazes de congregar a atenção e o controlo dos cidadãos. É evidente a necessidade de um centro político capaz de atrair uma esfera pública europeia." Mas, disse, "um centro político capaz de atrair uma esfera pública europeia só é possível numa Europa que se politiza em todas as suas estruturas. Na cidadania. Nos partidos. Na relação entre as instituições".

Finalmente, lançou o desafio:

" Talvez o debate público europeu esteja à espera de ser dramatizado. "

" Talvez o debate público europeu esteja à espera de um momento constituinte e de uma Constituição ".