O Deputado europeu do PSD e Vice-Presidente do PPE, Mário David participou no debate que teve lugar no Parlamento Europeu sobre a situação na Ucrânia.
Na sua intervenção, o Deputado europeu lembrou que "cinco anos depois da Revolução Laranja, os Ucranianos parecem olhar para este período como o de uma oportunidade perdida. E a culpa não é só das suas elites políticas."
"É certo que estas se consumiram demasiado em guerras de poder e influência internas. Que muitas reformas ficaram por cumprir, muitas não passaram do papel."
Para Mário David, é inconcebível em qualquer democracia que "as leis eleitorais sejam alteradas entre as duas voltas de uma eleição! Não dignifica quem as propôs, quem as votou, nem quem as promulgou! E traduz as intenções pouco louváveis e recomendáveis na sua génese!"
E, segundo Mário David, muito há que mudar sobre "a falta de independência do sistema judicial, sujeito a demasiada influência não só do poder político como dos agentes económicos. Sem uma justiça livre e independente não há Estado de Direito, os Direitos Humanos não estão garantidos, não há investimento estrangeiro, não há progresso."
Mas, na opinião do Deputado Mário David, a culpa desse desencantamento também assenta muito "neste Parlamento (europeu) e, essencialmente, em muitos Estados Membros."
De seguida fez um exercício e pediu aos colegas que, por uns segundos, se colocassem "na pele de um cidadão de um país europeu que, por vicissitudes da história, ainda não é membro da União Europeia. Que esperaríamos da União? Numa palavra: solidariedade!"
A terminar, Mário David afirmou ainda que "muitas Chancelarias, com a exclusiva preocupação de não incomodar e desagradar a Moscovo, usaram e abusaram das permanentes lutas intestinas em Kiev para evitar afirmar, de forma inequívoca, que a Ucrânia é um país independente e soberano. Como tal, se for essa a vontade maioritária livremente expressa pelo seu povo, e desde que cumpram os critérios estabelecidos, a Ucrânia poderá aspirar a ser, no futuro, membro da União Europeia."