De pouco adianta, acrescentou, a União Europeia procurar inquietar o mundo para este problema quando na realidade se constata que a "bolha" europeia de gases com efeito de estufa, em particular de CO2, está mais próxima de engordar 6 a 8% do que de emagrecer os 8% que acordámos, em Quioto, para o ano 2010 (relativamente a 1990)".
Para Jorge Moreira da Silva "este é pois o tempo de passar à acção. Acção interna para credibilizarmos o nosso esforço externo".
O Deputado social democrata, que participava no debate, em Plenário, sobre as emissões de CO2, emitidas pelos automóveis de passageiros novos, defendeu que "em matéria de acção política, o sector dos Transportes deve constituir a nossa prioridade, por duas razões essenciais:
Em primeiro lugar, porque de acordo com o Livro Verde publicado pela Comissão Europeia, este sector não fará parte do Sistema Europeu de Comércio de Emissões de CO2, pelo que todas as reduções de gases com efeito de estufa terão de ser obtidas exclusivamente através de Políticas e Medidas nacionais e comunitárias.
Em segundo lugar porque os Transportes são o sector que mais está a contribuir para a derrapagem da U.E. em relação aos niveis fixados em Quioto.
De acordo com o estudo recentemente publicado pela Agência Europeia para o Ambiente (EEA), os Transportes são responsáveis por quase 30% do total de emissões da U.E., sendo previsível que o nível de emissões de CO2 proveniente deste sector venha a aumentar 39% até ao ano 2010 relativamente ao nível de 1990.
Este estudo conclui igualmente que os transportes rodoviários são responsáveis por 85% do total das emissões de CO2 no sector dos transportes".
Face a este quadro extremamente preocupante, e à imperiosa necessidade de acção, Jorge Moreira da Silva defende que "é de aplaudir o acordo alcançado no Comité de Conciliação em torno deste Regime de monitorização e vigilância das emissões de CO2 nos novos automóveis ligeiros de passageiros e considera este Regime uma peça fundamental da aplicação do Protocolo de Quioto que permitirá controlar com rigor o compromisso voluntariamente assumido pela indústria automóvel de redução em 25%, entre 2008 e 2010, das emissões de CO2 nos novos automóveis de passageiros".
A concluir, Jorge Moreira da Silva lamentou que "não tenha sido possível abranger, neste Regime, os automóveis comerciais ligeiros".