Com o objectivo de adoptar uma resolução sobre o acordo entre a União Europeia e os Estados Unidos da América relativo ao comércio de vinho, o PE levou hoje a cabo uma discussão em Plenário onde foram abordadas questões directamente ligadas à primeira fase do acordo, bem como outras que estarão na ordem do dia na segunda fase negocial.
Apesar de se mostrar "satisfeita com a primeira fase de negociações com os EUA" a Comissária da Agricultura foi alvo de inúmeras inquietações e receios dos parlamentares europeus.
O Social-democrata Duarte Freitas, lembrou que "o vinho, fruto da globalização e liberalização dos mercados é um dos produtos onde a concorrência mais se faz sentir."
Duarte Freitas referiu na sua intervenção que "um dos poucos trunfos que dispomos na defesa da nossa vinicultura é a denominação de origem dos nossos vinhos, fruto de uma cultura e tradição milenares", defendendo necessidade de salvaguardar as regiões europeias demarcadas e a qualidade dos vinhos a elas associadas.
Duarte Freitas sublinhou ainda a necessidade de, na sequência da Declaração do Conselho Geral da OMC assinada a 31 de Julho de 2004 em Genéve, preservar e defender aspectos relativos aos "non trade concerns". O Eurodeputado português é da opinião que "estes aspectos não-quantitativos têm de ser considerados em qualquer acordo e neste caso com os EUA em particular (que representa 40% das nossas exportações de vinho) até porque outras negociações a nível bilateral ou na OMC se seguirão".
Duarte Freitas disse que, percebendo a necessidade de se concluir o acordo, "não basta liberalizar, é preciso atender às questões qualitativas e à propriedade intelectual que representam os vinhos de regiões demarcadas, como é o caso do vinho do Porto e da Madeira".