João de Deus Pinheiro salienta importância de parceria transatlântica

O Deputado do PSD, Prof. João de Deus Pinheiro, considerou hoje, em Estrasburgo a parceria transatlântica "um instrumento útil no plano bilateral e indispensável no concerto internacional".

No debate no Parlamento Europeu de preparação da Cimeira União Europeia / Estados Unidos, do próximo dia 20 de Junho, João de Deus Pinheiro salientou a importância de dois aspectos: a procura de "estratégias políticas e operacionais consonantes" e uma "acção conjugada das duas (ainda) maiores potências comerciais do Mundo" no âmbito do comércio mundial"

João de Deus Pinheiro afirmou que "se no período da guerra-fria o teatro de operações se centrava na Europa e a percepção das ameaças era idêntica de ambos os lados do Atlântico, hoje, após o derrube do muro de Berlim, da implosão da URSS e dos trágicos acontecimentos do 11 de Setembro, a situação alterou-se radicalmente: os teatros de operação dispersaram-se e tornaram-se menos óbvios e a percepção das ameaças é diferente de ambos os lados do Atlântico.

Do lado europeu desenvolveu-se progressivamente uma forma de estar que privilegia a via diplomática, o multilateralismo, as sanções políticas ou comerciais, numa atitude genericamente designada por "soft power".

Ao invés, nos Estados Unidos e muito em consequência do 11 de Setembro (considerado como uma declaração de guerra aos EUA), foi-se consolidando a tese de que o uso da força era uma via indispensável à garantia da promoção dos valores da democracia ocidental e até do direito internacional e a tese do "com os outros, se possível", "sózinhos se necessário". Esta inclinação pelo unilateralismo e pela disponibilidade do recurso a meios militares, na gíria designado pelo "hard power" norte-americano, veio a acentuar-se com a guerra do Iraque e com ele o fosso entre a Europa (ou parte dela) e os EUA ".

João de Deus Pinheiro defendeu que caminhar "no sentido de fazer convergir o "soft" e o "hard power" é (ou deve ser) um dos objectivos centrais da Cimeira de Washington. Para tal, acrescentou, há todo um trabalho de base a fazer, já que do entendimento sobre a percepção das ameaças tenderão a nascer estratégias políticas e operacionais consonantes".

O Deputado social democrata sublinhou ainda que "uma segunda e não menos importante linha de cooperação e diálogo prende-se com a globalização, o comércio mundial e as condições de sã concorrência.

Continuar a assistir ao sistemático "dumping" social e ambiental por parte de terceiros países e à custa do emprego dos europeus (e norte-americanos) não pode continuar. Para tal, impõe-se uma acção conjugada das duas maiores potências comerciais do mundo, antes que seja tarde de mais e começando já no Doha Round ".