Moreira da Silva: Protocolo de Quioto não está morto

Jorge Moreira da Silva, Relator do Parlamento Europeu para as Alterações Climáticas e Chefe da Delegação do PE às Conferências das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, considera que "a decisão por parte dos Estados Unidos de denúncia e rejeição do Protocolo de Quioto deve ser lida com muita apreensão, tanto mais que os Estados Unidos são responsáveis por 25% de todas as emissões de gases com efeito de estufa, mas, apesar de lamentável, não é surpreendente".

Moreira da Silva chama a tenção para o facto de que "os Estados Unidos, apesar de terem assinado o Protocolo de Quioto em 1997, têm, desde 1998, nas sucessivas Conferências das Nações Unidas destinadas a ultimar as regras de aplicação do Protocolo, apresentado variados pretextos para bloquear as negociações".

Para Jorge Moreira da Silva, "esta decisão torna mais difícil a implementação do Protocolo de Quioto, mas não a torna impossível. A União Europeia, que não deve abdicar do seu papel liderante no dossier das Alterações Climáticas, deve, com urgência, estabelecer negociações com a Rússia, o Japão, a Austrália, a Noruega e os países da Europa Central e de Leste, de forma a poder reunir as condições mínimas para a implementação do Protocolo de Quioto até 2002".

Jorge Moreira da Silva sublinha que "face às previsões cada vez mais dramáticas sobre o efeito do aquecimento global e das alterações climáticas nos próximos anos, o Protocolo de Quioto é o único instrumento internacional capaz de travar estes efeitos".

O Deputado português pretende ainda que "a posição da União Europeia face à atitude dos Estados Unidos, seja debatida pelo Parlamento Europeu na próxima semana em Estrasburgo".