Protocolo de Quioto: Moreira da Silva lamenta que Portugal não aproveite oportunidades de cooperação

"Tudo indica que o Protocolo de Quioto venha a ser uma realidade durante o ano de 2002. Portugal não pode, por isso, deixar de pôr em prática, com urgência, as políticas indispensáveis à redução das emissões de gases com efeito de estufa em todos os sectores de economia", afirmou o Deputado do PSD Jorge Moreira da Silva, Chefe da Delegação do Parlamento Europeu à 7ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, à chegada a Marraquexe, onde está a decorrer a conferência.

Mas, acrescentou, "para além das obrigações, devemos olhar para as oportunidades criadas pelos mecanismos e modalidades do Protocolo de Quioto, em especial o seu Mecanismo de Desenvolvimento Limpo".

Para Jorge Moreira da Silva, "este mecanismo permite que os países industrializados venham a receber quotas adicionais de emissão de gases com efeito de estufa em troca do desenvolvimento de projectos sustentáveis (como, por exemplo, a promoção de energias renováveis, a reconversão tecnológica na indústria, a eficiência energética nos edifícios) em países em vias de desenvolvimento (PVD).

Alguns países da União Europeia, como a França, a Holanda, a Inglaterra e a Alemanha, têm vindo a negociar a instalação deste tipo de projectos de desenvolvimento limpo em PVD (alguns dos quais de língua oficial portuguesa)".

Infelizmente, salientou Moreira da Silva, "Portugal não tem aproveitado o seu estreito relacionamento com o Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique para obter estes créditos de emissão conferidos pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo".