Silva Peneda exige normas sociais e ambientais mínimas nos acordos comerciais com a China

"Se queremos conquistar a opinião pública para o ideal europeu não podemos deixar de actuar com muita energia e de forma rápida nos sectores e regiões que vão ser mais afectadas do ponto de vista social com o encerramento de empresas e o aumento do desemprego". José Silva Peneda, Deputado europeu do PSD, tomou posição, no Parlamento Europeu, num debate sobre as perspectivas das relações comerciais entre a União Europeia e a China (relatório LUCAS).

"Recomendo à Comissão Europeia que prepare programas específicos destinados às regiões que serão mais afectadas por este processo". "A globalização é uma nova realidade, que veio para ficar e de nada adiantará pensar que os seus efeitos poderão ser travados por medidas de carácter proteccionista", advertiu em seguida.

Mais à frente, o Deputado social-democrata denunciou a atitude da China que, desde 2001 quando aderiu à OMC, vem a desrespeitar sistematicamente "as regras mais básicas do jogo". As Autoridades chinesas, disse, continuam a praticar políticas de auxílios estatais às exportações, desvalorizam a moeda de forma artificial, estabelecem entraves ao acesso do seu mercado, violam as normas ambientais mais elementares, não respeitam os direitos dos trabalhadores, mantêm normas de saúde e segurança no trabalho inadequadas, utilizam trabalho infantil e trabalho forçado, não respeitam liberdades sindicais mantendo mesmo detidos activistas laborais.

Por tudo isto, Silva Peneda recomenda ainda à Comissão Europeia que "pressione de forma muito insistente, no sentido de serem introduzidas normas sociais e ambientais mínimas nos acordos comerciais e que seja montado um sistema de verificação da sua aplicação".

"A globalização tem os seus vencedores e os seus perdedores. A derrota, por si só, já é amarga, mas perder porque o adversário não respeitou as regras mais elementares do jogo é inaceitável", concluiu.