Num Mundo Globalizado: Mais e melhor Europa
NUM MUNDO GLOBALIZADO, PRECISAMOS DE MAIS E MELHOR
EUROPA
"Foi
Portugal que inventou a globalização" afirmou em
Abril de 2001 o então Presidente do Brasil Fernando Henrique Cardoso,
referindo-se à epopeia dos Descobrimentos.
Com efeito, Ruud Lubbers, antigo Primeiro-Ministro
holandês e reputado especialista internacional em matérias de
globalização, identifica o fenómeno sublinhando que "as
distâncias geográficas são cada vez menos importantes"
e assinala a interdependência crescente nas "relações económicas, politicas e sócio-culturais transfronteiriças".
Este é um fenómeno claramente transversal. Todos sentimos os efeitos da
globalização. Sabemos num instante o que se passa nos nossos antípodas,
do outro lado do globo, e vibramos emocionalmente como se viu aquando da
tragédia de Timor-Leste.
Se é
verdade que os indicadores económicos são indiscutíveis (cresce
vertiginosamente a componente de comércio Internacional em valor bruto e
em percentagem do PIB mundial), não é menos evidente que os
efeitos da globalização se fazem sentir noutros domínios.
As facilidades
dos transportes e a circulação dos bens alimentares obrigam ao redobrar das preocupações em
termos de saúde pública e defesa do consumidor: as vacas
loucas, a pneumonia atípica, a gripe das aves e outras ameaças,
não raras vezes fizeram levantar o espectro do contágio
descontrolado ou até de pandemia.
As ameaças ao ambiente combatem-se no plano
mundial. Cada Estado só por si pouco pode fazer. A
água potável é um recurso escasso. A poluição dos
mares, dos rios e do ar, não respeita fronteiras nem prerrogativas
nacionais.
Os fluxos migratórios aumentam. Nos últimos 40 anos
multiplicaram-se por três. Hoje são já mais de 200
milhões de pessoas que, legal ou ilegalmente, se encontram num
país diferente da sua nacionalidade e a estrutura envelhecida de algumas pirâmides demográficas
acentuam esses movimentos. Entre 1990 e 2000, 89%
do crescimento populacional da União Europeia foi conseguido
graças à imigração e a percentagem da
população com mais de 65 anos crescerá de 13% para 23% no
espaço de 50 anos (de 1975 para 2025). Até 2030 precisamos ainda de cerca de 21 milhões de
imigrantes para responder às necessidades de mão-de-obra das
nossas economias.
Assistimos
também a uma globalização
do crime com um crescimento preocupante do crime organizado transnacional
no branqueamento de capitais, no tráfico de droga, no tráfico de
armas, no tráfico de materiais nucleares e químicos perigosos, no
tráfico de seres humanos e no terrorismo.
Na moda, na cultura,
na publicidade, na informática, sentimos igualmente os efeitos da
globalização.
É piedosa
mas inconsequente a pergunta sobre se a
globalização é boa ou é má. Ela
é uma inevitabilidade dos novos tempos.
Os países
que estão mais preparados, conseguem tirar
partido do fenómeno. Os que se isolam, aumentam
os factores de exclusão e de pobreza.
A globalização gera riqueza e
crescimento económico embora muitas vezes ele seja desigual e aumente assimetrias de bem-estar.
Há zonas do mundo em que diminuiu o número de pessoas que
sobrevivem com menos de um dólar por dia (1/6 da população
mundial) mas há outras em que ele cresce.
O facto de 20% do Mundo consumir 80% dos recursos
levou o Presidente brasileiro, Lula da Silva, a criticar "uma ordem económica em que poucos
comem 5 vezes por dia e muitos passam 5 dias sem comer".
Portugal, ainda que o quisesse, não
tem dimensão para se bater sozinho neste mundo mais global. Também
por isso a nossa integração
na União Europeia é uma mais-valia. Por
isso também queremos uma UE mais
eficaz e mais integrada que, ultrapassada a querela institucional, insista
nas respostas que promovam o crescimento económico e o emprego, que
aumentem a segurança e a qualidade de vida dos europeus e que reforcem a
coesão económica e social. Por isso também, importa
ratificar o Tratado de Lisboa e seguir em frente.
- 7 de Fevereiro, 2019 - Carlos Coelho recebe Academia de Líderes Ubuntu no Parlamento Europeu
- 14 de Outubro, 2009 - Eurodeputada Regina Bastos eleita Vice-Coordenadora do PPE para a Comissão Especial sobre a crise financeira
- 8 de Outubro, 2009 - Carlos Coelho preocupado com efeitos da crise nos países em desenvolvimento
- 11 de Junho, 2008 - Silva Peneda propõe Fundo de Ajustamento Estrutural para proteger sectores mais prejudicados pelos aumentos de combustíveis na UE
- 10 de Abril, 2008 - Silva Peneda destaca apoio de 2,5 milhões de euros do Fundo Ajustamento à Globalização aos trabalhadores portugueses
- 10 de Abril, 2008 - Parlamento Europeu aprova Relatório de Vasco Graça Moura que inclui a Cultura na Estratégia de Lisboa
- 13 de Fevereiro, 2007 - Silva Peneda defende código universal do trabalho marítimo
- 13 de Dezembro, 2006 - Parlamento Europeu aprova Fundo de Ajustamento à Globalização
- 30 de Novembro, 2006 - Silva Peneda defende aposta da UE nas PME"s
- 29 de Novembro, 2006 - Silva Peneda destaca novo fenómeno nas deslocalizações de empresas
- 18 de Junho, 2010 - Protecção de dados - Google Maps Street View
- 3 de Maio, 2010 - O "Google Street View" e a protecção da privacidade
- 29 de Abril, 2010 - Protecção de dados- Google Maps Street View
- 26 de Março, 2010 - O "Google Street View" e a protecção da privacidade
- 6 de Dezembro, 2006 - Decisões da Comissão Europeia tomadas na sua 1768° reunião de 6 de Dezembro de 2006
- 1 de Março, 2006 - Decisões da Comissão Europeia tomadas na sua 1735° reunião de 1 de Março de 2006
- 20 de Outubro, 2005 - Decisões da Comissão Europeia tomadas na sua 1719° reunião de 20 de Outubro de 2005
- 28 de Fevereiro, 2003 - Um primeiro passo
- 13 de Fevereiro, 2002 - Decisões tomadas pela Comissão Europeia na sua 1555ª reunião, 13 Fevereiro 2002
- 25 de Outubro, 2001 - Não se podem renegar princípios, afirma Carlos Coelho à VISÃO