O Eurodeputado José Manuel Fernandes participou hoje num debate animado com jovens alunos da Escola EB 2,3 da Vila de Prado, no concelho de Vila Verde, no âmbito da iniciativa 'Parlamento Jovem'. Em dia de S. Sebastião, a biblioteca da Escola foi palco de uma aula diferente sobre a importância da participação cívica e política dos nossos jovens na resolução de questões que afectam o seu presente e o futuro individual e colectivo.
A solidariedade entre gerações e a sustentabilidade social estiveram no centro das discussões, congregando as perspectivas europeia, nacional e também regional da evolução demográfica e social.
Invocando que 2012 é o ano europeu do envelhecimento activo e solidariedade entre gerações, José Manuel Fernandes lançou o desafio para seja aproveitada esta oportunidade no sentido de "mobilizar toda a sociedade civil para trabalhar de forma a fazer face ao desafio do envelhecimento da população".
"Amédia da idade dos portugueses em 1960 foi de 27,8 anos, mas em 2010 atingiu os 40,7 anos", especificou o eurodeputado, apresentando números recentes do Instituto Nacional de Estastítica (INE) e do Eurostate. Na sessão, além do director da escola e professores, marcaram presença o presidente da Junta de Freguesia da Vila de Prado, o presidente da associação de pais dos alunos da escola e representantes de outras instituições locais.
Conforme explicou José Manuel Fernandes, em Portugal, em 2011, a percentagem da população com mais de 65 anos era de 18.2% e a percentagem com menos de 15 anos era de 15,1%.
Em 2011, na UE, a percentagem de população com mais de 65 anos era de 17,4% e a percentagem com menos de 15 anos era de 15,6%.
"O envelhecimento da população tem impacto, nomeadamente, nas prestações sociais e nas pensões", referiu o eurodeputado, munido de dados divulgados pelo ministério da Segurança Social e pelo INE.
A propósito, frisou que, em 2010, o número de pensionistas na UE foi de 119,265 milhões. Mas estima-se que em 2060 seja de 166,683 milhões.
Em 2010 o número de pensões em Portugal foi de 3,298 milhões. Em 2060 estima-se que sejam 5,293 milhões.
Para além disso a taxa de desemprego da população jovem entre os 15 e os 24 anos era de 28,7%, no segundo trimestre de 2011.
Segundo dados do Eurostat só cerca de 10% dos portugueses considera que existe muita tensão entre jovens e idosos, bem abaixo da média da UE que se aproxima dos 20%.
Segundo dados do último Eurobarómetro relativamente à solidariedade entre gerações, Portugal é o Estado-membro da UE onde há maior percentagem de população a considerar que:
-não existem oportunidades suficientes para pessoas mais novas e mais velhas trabalharem em conjunto em associações e iniciativas das comunidades locais
-as autoridades locais deveriam apoiar mais as associações bem como iniciativas que ajudem a tornar mais fortes as relações entre jovens e a população mais idosa
- as escolas deveriam promover melhores relações entre os mais novos e os mais velhos
Perante estes dados, José Manuel Fernandes concluiu que "há uma grande predisposição da população portuguesa para a solidariedade entre gerações que tem de ser aproveitada pelo Governo, autoridades locais, e responsáveis pela educação".
Aberta a sessão ao debate, José Manuel Fernandes esclareceu as dúvidas apresentadas por vários alunos, muitas delas relacionadas com a situação económica e financeira do nosso país e da Europa em geral, numa clara demonstração de participação cívica e de preocupação pelos assuntos que também os afectam.
Utilizando como exemplo o seu próprio percurso político e de intervenção cívica, o eurodeputado José Manuel Fernandes lembrou que a escola tem um papel importante na formação de futuros cidadãos que terão de competir num mundo cada vez mais global, onde o conhecimento de outras línguas, nomeadamente o inglês, e o domínio de ferramentas informáticas serão uma mais-valia. Para esta globalização, apontou o enorme contributo que tem sido dado pelas redes sociais, lembrando que estas são usadas para aproximar as pessoas e não devem ser usadas para afastar quem está próximo. “O contacto pessoal, olhos nos olhos, deve ser sempre preferível ao uso das redes sociais”.