Parlamento Europeu: Deputado José Manuel Fernandes lança desafio para reforço de verbas no combate à pobreza

Ao fim do dia de ontem, aproveitando a abertura da Sessão Plenária do Parlamento Europeu, o eurodeputado José Manuel Fernandes decidiu desafiar as instituições da União Europeia para a disponibilização de recursos financeiros capazes de garantir um combate determinado à pobreza e à exclusão social. O deputado, eleito pelo PSD e membro da comissão do orçamento, sustentou que não se pode aceitar “que existam pessoas a passar fome”.

“A União Europeia deve avaliar, desde já, a sua situação social e, caso necessário, deve aumentar os meios financeiros para implementar as acções necessárias ao combate à pobreza. Para este objectivo, temos de ter orçamento”, declarou José Manuel Fernandes, na sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo.

Frisando que o Parlamento e o Conselho Europeu declararam 2010 como o Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social, o eurodeputado chamou a atenção para as “negras estatísticas” que davam conta de 78 milhões de pessoas – incluindo 19 milhões de crianças – que em 2008 viviam em risco de pobreza na UE.

Os números referem-se a um estudo divulgado pelo Eurostat,  que dão conta ainda que Portugal supera a média europeia ao nível da pobreza, com 18% da população a viver com menos de 5800 euros por ano e com a agravante de se registar no nosso país um aumento do risco de pobreza entre a população até aos 18 anos.

“Hoje, dados os efeitos da crise económica, como é exemplo o crescimento do desemprego, urge reforçar a prioridade do combate à pobreza”, defendeu José Manuel Fernandes, sustentando que “não podemos aceitar que existam pessoas a passar fome”.

Para o eurodeputado eleito pelo PSD, “as pessoas e a dignidade humana devem ser o objectivo prioritário da nossa actuação política”.

José Manuel Fernandes propôs que “a Comissão Europeia deve, desde já, assegurar a coerência e complementaridade das acções a realizar em cada estado-membro”.

Em seu entender, “estas acções deverão privilegiar as famílias pobres e as crianças, as famílias monoparentais e as numerosas, a par das pessoas portadoras de deficiência e dos desempregados”.