O Deputado do PSD Arlindo Cunha afirmou hoje, em Bruxelas, que "a PAC terá de ser repensada para dar respostas adequadas àquilo que hoje se designa por modelo agrícola europeu, sendo inclusivamente necessário alterar a redacção dos seus objectivos nos Tratados".
Arlindo Cunha considera, no entanto, "inaceitável aproveitar o pretexto da crise da BSE para forçar reformas ao sabor das conveniências de cada um. É o que parece decorrer das emendas agora apresentadas que prevêm alterar as bases do co-financiamento das medidas de apoio ao sector bovino apresentadas pela Comissão.
Todos sabemos, acrescentou, que alguns Estados Membros querem renacionalizar a PAC. Julgo que isso é um erro tremendo que fará regredir a UE em vez de a fazer avançar, penalizando designadamente os países mais pobres, cujos agricultores passarão a ser negativamente discriminados, como é o caso do meu próprio país".
Para Arlindo Cunha, "a proposta de orçamento suplementar de 971 milhões de Euros para reforçar o financiamento das medidas de combate à BSE, embora insuficiente, afigura-se necessária e justa". Com este reforço, alertou o Deputado social democrata, "fica praticamente exaurida a margem orçamental ainda disponível para as despesas agrícolas no âmbito da PAC. Daí que seja natural e necessário iniciar o debate sobre o financiamento da crise da BSE em anos futuros".
Arlindo Cunha defendeu que "esse debate deverá, porém, ser feito com tempo e com método, incorporando designadamente uma avaliação global da realidade agrícola europeia, do estado do mundo rural e da forma como a PAC tem dado respostas a essa realidade. E não desta forma oportunista de aproveitar uma crise para fazer prevalecer egoísmos nacionais, quando o que se exige é uma resposta de solidariedade comunitária aos que se encontram em dificuldade".