9. Faz sentido a UE agir isoladamente? O resto do mundo seguirá o exemplo?

Da mesma forma que um Estado-Membro não está em condições de responder aos desafios climáticos isoladamente, a acção da UE tem os seus limites se for a única agir. Trata-se de um desafio planetário, que só poderá ter resposta eficiente a nível internacional. Desde que os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas alertaram, em 2007, para a inevitabilidade do aquecimento global, a preocupação com este tema é crescente entre representantes políticos e militantes de ONGs (organizações não-governamentais).

Os EUA criaram uma parceria para o Desenvolvimento Ásia Pacifico, juntando a China, a Índia, o Japão, a Coreia do Sul e a Austrália. Estes países juntamente com os EUA representam mais de 50% das emissões mundiais de gases de efeito de estufa e esta parceria não inclui metas para a diminuição de reduções. Tratou-se de mais uma tentativa de retirar importância ao protocolo de Quioto e uma mensagem destinada ao Mundo de forma a mostrar o grande poder destas potências e alertar para as tecnologias sem se preocuparem com metas.

Em Dezembro de 2007, a Conferência das Partes adoptou o Roteiro de Bali (http://www.climatenetwork.org/bali-cop/bali-ecos/). Este foi um avanço fundamental, com todos os países a concordarem com o início de negociações formais para um futuro acordo internacional sobre alterações climáticas em seguimento do Protocolo de Quioto, a concluir até 2009.

Em Dezembro de 2008, em Poznan (http://www.climatenetwork.org/eco/poznan-ecos/), na Polónia, delegados da Europa e dos Estados Unidos e coordenadores de ONGs alertaram para a urgência dos investimentos para a adaptação de países em desenvolvimento. A discussão central deveria ser a criação de metas de redução das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera, mas nos três primeiros dias da 14ª Conferência das Partes (COP) da Convenção Quadro do Clima das Nações Unidas as atenções estiveram voltadas para a adaptação às mudanças climáticas.

A UE não pode decidir para o resto do mundo. Mas estamos a enfrentar uma ameaça global e o melhor que podemos fazer é dar o exemplo e demonstrar que a economia e a comunidade podem prosperar ao mesmo tempo que lutam contra as alterações climáticas. Ao dar esta resposta europeia, a UE está convicta que será seguida por outras Nações (muitas delas mais poluidoras) e com um efeito de alavanca na resolução dos problemas climáticos.

É imperioso lograr um acordo a nível internacional na reunião da Conferência das Partes de Copenhaga, em 2009, a fim de fazer face a este urgente problema global. Se a Europa quiser liderar o processo, terá que apresentar soluções viáveis para enfrentar as alterações climáticas a nível global.


Emissões de CO2 por países (ou grupo de países) - Partilha em percentagem
Fonte: Agência Europeia do Ambiente, 2007