16. Quais os benefícios das ER? (alterações climáticas, segurança no aprovisionamento energético, benefícios económicos)

Menor impacto nas alterações climáticas

A meta para as energias renováveis está estreitamente associada à meta de redução dos gases com efeito de estufa. Sem um aumento significativo da quota de energias renováveis no cabaz energético da UE, será praticamente impossível cumprir os objectivos comunitários de redução das emissões de gases com efeito de estufa.

A expressão “energia limpa” não se aplica apenas à redução das emissões de gases com efeito de estufa. Abrange também os poluentes clássicos, como os óxidos de azoto, os dióxidos de enxofre e as partículas em suspensão, tão nocivos para a saúde como para o ambiente.

A energia proveniente de combustíveis fósseis exerce impacto no ambiente ao longo de toda a cadeia, desde a extracção e produção até ao transporte e utilização final. Com as energias renováveis, este impacto negativo é reduzido ou mesmo anulado.

Como é evidente, as energias renováveis nem sempre são uma solução perfeita e não podem ser negadas algumas preocupações ambientais e estéticas, mas ao longo do tempo novas soluções tecnológicas contribuirão para atenuar o seu impacto. De um ponto de vista mais geral, contudo, não há dúvida que os efeitos adversos das alterações climáticas são muito mais significativos.

 

Maior segurança no aprovisionamento energético

A nossa dependência de um número limitado de fontes de energia fóssil (petróleo e gás) é cada vez mais preocupante. O petróleo deixou de ser uma matéria-prima barata e que se possa considerar garantida. Os preços do petróleo flutuavam entre os 25-30 dólares por barril nos primeiros anos desta década mas situam-se agora em torno dos 100 dólares por barril após terem atingido valores próximos de 150 dólares em 2008.

Do ponto de vista da segurança do aprovisionamento, as energias renováveis da EU são, na sua maioria, de produção endógena. Isto significa que estão menos sujeitas a rupturas do aprovisionamento e atenuam os aumentos dos preços dos combustíveis. Interessa, pois, produzir mais energia endógena e a partir de uma variedade cada vez maior de fontes renováveis. A diversificação das fontes de energia reforça a segurança do aprovisionamento.

 

Maiores benefícios económicos a médio/longo prazo

Com os actuais preços do petróleo, as energias renováveis são cada vez mais vistas como uma alternativa economicamente viável. Graças a uma maior implantação das fontes de energia renováveis, é de esperar que o custo das energias renováveis continue a baixar ao longo do tempo, como foi o caso para as tecnologias da informação. Os custos já baixaram, aliás, de forma significativa nos últimos anos.

Em 2007, o investimento global nas energias sustentáveis aumentou 43%. Prevê-se que os rendimentos comerciais da energia solar, da energia eólica, dos biocombustíveis e das pilhas de combustível aumentem para cerca de 150 mil milhões de euros até 2016, ao mesmo tempo que os níveis, nunca antes registados, de investimento na energia solar, energia eólica e biocombustíveis reflectem a maturidade tecnológica, o reforço dos incentivos políticos e o aumento da confiança dos investidores.

A implantação contínua e alargada das energias renováveis dará continuidade a este processo. Por outro lado, o custo dos combustíveis fósseis, nomeadamente o petróleo, tem aumentado constantemente desde 1998. A dinâmica é clara: o aumento dos preços dos combustíveis fósseis tem por consequência directa, um aumento correlativo da procura de energias alternativas (renováveis), e esse aumento da produção de energias renováveis provoca consequentemente uma descida dos preços destas.

A utilização de fontes de energia renováveis contribui também para aumentar as oportunidades de emprego a nível local e regional. As energias renováveis na UE têm um volume de negócios de 30 mil milhões de euros e empregam cerca de 350.000 pessoas (dados de 2007 da Comissão Europeia). As oportunidades de emprego são vastas, desde o fabrico de componentes fotovoltaicos em indústrias de alta tecnologia até aos trabalhos de manutenção em centrais eólicas ou no sector agrícola de produção de biomassa.

As políticas proactivas da UE no domínio das energias renováveis constituem uma oportunidade para a indústria. O facto de iniciar mais cedo a transição para uma economia com menor produção de carbono reduzirá a necessidade de proceder a ajustamentos mais precipitados e radicais. Serão feitas poupanças na importação de combustíveis fósseis, e a diversificação das fontes de energia assegurará uma melhor protecção da União Europeia contra os choques externos.